4:35 da manhã. Triiiiiiiim.
-Porra, já?
É, ele mesmo. O implacável despertador de todos os dias, frio como a manhã do dia 05.03.2010. Levanto lentamente e fico um pouco sentado à cama.
Pego o celular e escrevo uma mensagem para o Sávio: "Dá pra ir? Abs." Fui tomar café e terminar de ajeitar as coisas na bike. Uma garoa fina caía. Não precisaria levar muita coisa hoje, afinal, o treino era de apenas 40 km de ciclismo e a volta à piscina estaria marcada para as 10:30 da manhã. Amanhã teríamos 6 horas de ciclismo.
Sem resposta do Sávio.
-Será que ele já saiu?
Desci com a bike e reparei na quantidade de pessoas bêbadas na rua. Odeio pedalar à sextas-feiras, pensei.
Passei pela praia e fazia um friozinho gostoso.
-Pelo amor de Deus né? 40 km? Faz isso em uma horinha ou próximo a isso e volta logo pra casa!
E assim passei os 5 primeiros km, sob a garoa fina...
Porém, lá pelo 8 km a curva e ele, o asfalto.
Entrei na curva preocupado com a média de velocidade e senti a roda traseira derrapando.
Nessa hora, passa tudo muito rápido. Garoa, areia, asfalto e a única coisa que consegui foi destravar a sapatilha, proteger a cabeça e pensar: "Fudeu, é chão."
Quando me levantei, minhas mãos estavam ensaguentadas, a camisa rasgada e o calor do asfalto misturando seu pretume na minha pele, como uma indesejada tatuagem.
Ajeitei a roda traseira, recoloquei a corrente e voltei pra casa.
Apenas um pensamento: "Hoje foi dia da caça... Em breve estarei de volta."
O jeito agora é correr a Adidas domingo e me divertir um pouco, mesmo que de ataduras em punho, como um real lutador.
Bjs e abs